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2 TEDx imperdíveis de mulheres negras

Quer ver e ouvir dois TEDx de mulheres negras poderosíssimas, compartilhando subjetividades e experiências de vida? Vem descobrir o que essas migas têm a dizer!

A indicação de hoje vai para quem quer compreender melhor como o racismo atravessa a vida de mulheres negras, principalmente quando impossibilita ou dificulta suas chances de sonhar e se reconhecer nos espaços. A subjetividade é a particularidade que cada uma de nós possuímos. Dito isso é válido afirmar que para a mulher preta o debate se torna ainda mais complexo e caro entendendo que, a exclusão, precarização de oportunidades e o “não-lugar” aparecem em suas vidas desde muito novas.

Quando não enxergamos outras narrativas

Chimamanda Ngozi Adichie

Para introduzir esse assunto, trago o TEDx da Chimamanda Ngozi Adichie, que além de ser autora do livro “Sejamos Todos Feministas“, brilhantemente fala em seu TEDx sobre o perigo de contarmos uma única perspectiva de qualquer história. Sob o mesmo ponto de vista, escrevi esse texto endossando a mesma afirmação. Quando a nossa professora nos contou, na escola, sobre o “descobrimento do Brasil” certamente falou sob a perspectiva do colonizador e não dos povos originários que já habitavam o local. Do mesmo modo se dá para a escravização: pouco se fala sobre esse período a partir do olhar da população negra. Inclusive, a preocupação parece diminuir quando se trata da pós-escravidão. O assunto é denso, e requer de nós a curiosidade e o desconforto em não aceitarmos mais que essas histórias sejam contadas pelo “dominador”.

Veja o TEDx da Chima, e pense em todas as histórias que você pode contar, através do seu trabalho. Quem é favorecido? Quem foi excluído de cena?

Trabalho dos sonhos

Monique Evelle

Eu adoro a forma como Monique Evelle fala sobre negócios. Sempre me identifiquei com a forma consistente, objetiva e lúcida de tratar do business. A autora de “Empreendedorismo Feminino: Olhar Estratégico sem Romantismo“, não floreia os assuntos sobre os negócios, uma vez que, a realidade do empreendedor negro brasileiro, principalmente das mulheres pretas, é de empreender para sobreviver.

O Brasil tem 13,6 milhões de pessoas morando em favelas e seus moradores movimentam R$ 119,8 bilhões por ano. As favelas movimentam um volume de renda maior do que 20 das 27 unidades da federação. Os dados são da pesquisa “Economia das Favelas – Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, desenvolvida pelos institutos Data Favela e Locomotiva e encomendada pela Comunidade Door.

“Os favelados são empreendedores natos. Essa pesquisa só comprova isso. É preciso que a sociedade reconheça a potência desses territórios e, cada vez mais, gere oportunidades para seus moradores desenvolverem suas habilidades e criatividades”, disse Celso Athayde, CEO da Favela Holding e fundador do Data Favela.

Via: Agência Brasil

Neste TEDx, Monique questiona a lógica do empreendedorismo, o qual prega o tripé do sucesso, contudo não considera que a população negra está inserida no trabalho infantil e que, mais da metade, não possui nenhum tipo de instrução ou mesmo oportunidades para dedicar-se aos estudos e empreender formalmente.

“O que a gente chama hoje de empreendedorismo, nós, mulheres negras, a periferia, sempre chamou de sobrevivência. É tudo renda complementar e falar de dinheiro não significa que a gente está ignorando que o racismo é a manutenção do capitalismo. Falar sobre isso é mostrar que preto e dinheiro não são palavras rivais. Mulher preta e poder não são palavras rivais. Falar sobre isso é dizer que não queremos mais ser apenas beneficiários da política. Queremos sentar numa mesa e também decidir o rumo das coisas”.

Monique Evelle em “O mito de ser feliz fazendo o que ama”

Ficou afim de apoiar uma empreendedora negra? Leia esse texto para entender como você pode fazer isso!

Tedx de mulheres pretas: protagonismo e poder de decisão

Mulheres pretas podem, e devem, falar sobre suas caminhas, ser protagonistas das próprias histórias, bem como, estar em lugares de decisão e comando. Ocupar espaços é criar referências e, com isso, transformar esse cenário e possibilitar que outras cheguem a esse lugar. O rumo até a dominação mundial é coletivo e somente unidas, compartilhando saberes e se conscientizando é que conseguiremos crescer nossos negócios até esse objetivo.

Seguimos, miga!

Trazendo algumas reflexões para você repensar o empreendedorismo negro e suas práticas antirracistas. Mas, fica tranquila, miga... Eu também vou te ajudar nessa missão!

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