Top

A etiqueta da autenticidade: ela virou tudo, menos autêntica

Acostumados a vermos mais do mesmo, com o mercado de criadores de conteúdo e influenciadores crescendo em massa, 99% dos mesmos têm as mesmas referências. Sendo assim, faz-se jus então à frase ”nada se cria, tudo se copia”, ou então, no máximo vemos aquela alterada só de cor e fonte. Portanto, visto que até temos dicas de como nos comportar, concluímos que a autenticidade virou tudo, menos autêntica. As visões, posicionamentos e estética também semelhantes, fazem o termo da vez para descrever a nós mesmos e, assim, vira tendência.

Autenticidade como tendência

Ultimamente, na internet, a tendência da vez é a produção de conteúdo ”autêntico”, que, na verdade, é cada vez mais semelhante e sem autenticidade nenhuma. Mesmas referências, né, miga? Assim, abra as suas redes sociais, e verá as mesmas poses, a mesma estética, os mesmos padrões. Sendo assim, para eu te provar que não estou falando bobeira, miga, dá um check nesse perfil do Instagram chamado Shit Bloggers Post que, por exemplo, analisa perfil de inúmeras e diversas influencers e pessoas que reproduzem fotos tão idênticas que fica difícil saber quem é quem.

Salvo, que vale também para perfis que produzem conteúdo informativo e utilizam design semelhante, frases de efeito, CTA (call to action), análises e visões sempre muito parecidas. Similarmente, muitos os perfis aparentam terem sido criados e produzidos em massa, com pequeníssimos detalhes diferentes para não dizer que é cópia. Sobretudo, intitular seu conteúdo, seu perfil como autêntico no meio de tantas ”cópias”, muitas vezes é até prepotente quando ao rolar a timeline você se depara com conteúdos e imagens parecidíssimas às suas.

A autenticidade virou tudo menos autentica. Maisa e Whindersson Nunes. Meme
Maisa e Whindersson Nunes “meme só não faz igual”. Fonte: Ball Memes

Ta aí um meme a fim de representar muito bem boa parte desses perfis nas redes.

Autenticidade não é fórmula

Embora muitos perfis tentem vender regras e fórmulas para se criar ou transformar o seu perfil em um perfil autêntico, venho aqui te dizer que: autenticidade não é fórmula. Porém, há sim alguns princípios básicos do marketing e algumas estratégias que podem ser usadas para te ajudar a criar um conteúdo assim, como, por exemplo: consistência, personalização do conteúdo, encontrar o seu tom para se comunicar com seu público após você ter entendido seu nicho, entre outras…

Porém, vale dizer que você não precisa se prender a todos esses métodos, fórmulas, regras e métricas. Além disso, quando você se prende a elas e fica obsessiva em trabalhar para o algorítimo e não para as pessoas, muitas vezes você coloca os gostos e o que elas esperam acima do que você quer e pode oferecer de melhor sendo você. Assim, tudo isso vem para ser complemento do que realmente importa: você, suas visões, seu querer, suas experiências, seu conhecimento, sua vivência. Dessa forma, use isso como base de suas melhores e principais referências. Autenticidade sempre será conexão e identificação.

Autenticidade e seu real significado

Primeiramente, vamos colocar aqui o significado literal de autenticidade: natureza daquilo que é real ou verdadeiro; estado do que é genuíno.
Ou seja, autenticidade vem de si, da sua natureza, da sua verdade. Contudo, ser autêntico tem um caminho e processo único que é só seu. Porém, algumas ferramentas ajudam, mas isso é algo que você irá descobrir sozinho experimentando, não há fórmulas nem regras para ”se tornar” autêntico. Autenticidade é ser.

Autenticidade vem do processo de autoconhecimento

Sim, miga, eu sei que até essa jornada do autoconhecimento está tão batida quanto a palavra autenticidade, mindset, entre outros por aí. Porém, todavia, entretanto, esse processo é importante, viu? Não só para você que utiliza suas redes socias também de modo profissional, mas para sua vida pessoal também.

Antes de tudo, preciso te dizer que esse processo é contínuo e não se obtém resultados da noite para o dia, miga. Mas, eu posso te garantir que é um processo libertador apesar de algumas vezes dolorido, confuso e solitário. Mas os benefícios dele valem tanto quanto! A liberdade de se conhecer te faz projetar em seus conteúdos uma verdade que é só sua, uma visão e forma de se expressar só sua, pois, partem de sua experiência, vivência, gostos, pensamentos e são próprios seus. E esse processo é individual, cada um encontra a melhor ferramenta para o autoconhecimento. Para mim, esse processo sempre veio através da escrita, do desenho, dos livros que li e agora também da terapia e meditação. Busque experimentar até encontrar qual é a melhor forma para você se conhecer.

O autêntico é você, agora

Sendo assim, vamos aproveitar uma série que está em alta na Netflix aqui no Brasil e sobre a qual muitos perfis vêm comentado (também muitas análises semelhantes): Emily em Paris, para dizer e exemplificar o que esta série e mais especificamente Emily têm a ver com autenticidade.

Espontaneidade e o presente são seus aliados

Inicialmente, desde o primeiro episódio, acompanhamos a espontaneidade de Emily que mesmo sendo formada em Marketing, trabalhando para uma agência e entendendo de mídias sociais, em seu perfil pessoal tinha menos de 50 seguidores até chegar em Paris. Emily posta o seu presente, o seu eu de agora e usa de sua criatividade, experiências e vivências nessa sua nova fase. Sem se preocupar inicialmente com seus números, ela registra e posta o que ela é e a sua visão sobre o momento presente quase imediatamente em que ele acontece.

Suas experiências são válidas e seu ponto de vista também

Eventualmente vemos Emily fazer isso durante toda a série a fim de compartilhar cada aprendizado, ponto de vista, insights, momentos bons e inusitados (cena da mulher com o cachorro após ela pisar no cocô ao sair do seu prédio). Portanto, isso e também o uso de algumas hashtags chaves e sua constância, vão atraindo novos seguidores. A espontaneidade dela somada a sua autenticidade em ser quem é e não esconder isso, a ajudaram em seu crescimento nas redes por gerar identificação em seu público.

Assim sendo, essa cena nos traz um momento onde a autenticidade de Emily se faz presente em seu trabalho e que acaba ajudando os clientes da agência em que trabalha. No dia anterior, Emily juntamente a um casal de amigos acabam por visitar uma exposição digital de Van Gogh, e é através dessa experiência que Emily traz uma ideia simples, mas inovadora e exatamente o que seu cliente precisava. Como resultado da experiência de Emily, uma cama foi muito bem arrumada e colocada numa rua pública onde as pessoas poderiam se deitar sobre ela e registrar aquele momento em suas redes marcando o perfil da marca no Instagram. Além disso, o público pôde experimentar o conforto e os benefícios que o produto trazia. Então, Emily é a primeira a fazer essa postagem.

Seja você e mantenha a sua essência independente do quê

Da mesma forma que a mudança de Emily que era de Chicago impactou seus colegas de trabalho franceses pelas roupas que vestia, por ela não falar a língua e ainda possuir uma pronúncia ruim, também ela se sentiu impactada. O tempo todo vemos Emily se adaptar ao novo cenário em que ela aceitou ser colocada e como tentam moldá-la de uma forma e de outra. Mas Emily é autêntica não por não ceder a adaptação, mas sim por se adaptar sem perder sua essência.

Visto que ela se encontrava em um país completamente diferente em costumes e língua, com colegas de trabalho que demoraram a aceitá-la, ela teve que se adaptar. Mas independente de todos os conflitos, Emily se mantinha fiel a si, a seus princípios (que eram um pouco falhos, quem assistiu sabe né, miga), a suas ideias e ao que acreditava. Emily sabia de sua capacidade e confiava nela, e até quando tudo saía errado, ela, com seu jeitinho, ia atrás para consertar. Autêntica e focada que fala, né?

Ser autêntico é: ser e viver o que se é

Contudo, eu te digo: É clichê, mas é real, miga! A autenticidade é ser, e ser é se conhecer e se respeitar, no presente. É viver o que se é. É ser real.

Mas mais do que ser você e ser fiel a si, é expressar e comunicar isso, materializar isso em forma de conteúdo, de arte, de palavras, como você quiser, na plataforma que quiser. E se tem uma dica que eu posso dar, é: seja sua primeira referência. Os livros que você leu, o conhecimento que você adquiriu até aqui, as situações que você vivencia, o que você já escreveu, os lugares que já conheceu, as histórias que já criou em sua mente, suas manias, as relações que já teve, as roupas que já usou, as fotografias guardadas e muito mais…

Pessoas autênticas trazem o seu diferencial à vida, então traga o seu, miga! Afinal, nós estamos sempre nos reinventando e a autenticidade está exatamente em entender a origem do que fazemos e pensamos, e então, colocarmos isso para fora.

Aliás, indico um post da autora que aqui vos fala, para apenas complementar um pouco mais de tudo que falamos por aqui, miga!
Certamente, se você for uma miga curiosa vai abrir o perfil e ver como após essa postagem os posts a seguir mudaram um pouco como são produzidos, mas a essência e o propósito deles têm se mantido.

Você também pode gostar de ler:

Nicole Calazans, 22 anos, artista e comunicadora, sempre ligada na atualidade, crio conteúdo de valor sobre as principais tendências. Busco inspirar e impactar outras mulheres através das bandeiras que levanto e nas minhas experiências com o empreendedorismo feminino, visto assim como uma forma de liberdade da mulher ser dona da sua própria vida!

Post a Comment