Felicidade por um fio: um filme para se inspirar
Hoje é dia de falar sobre um filme bom demais para assistir rapidamente. Felicidade por um fio é ensinamento do começo ao fim e eu tenho certeza de que você vai assistir e amar. Quer entender o porquê? Bora lá!
Felicidade por um fio
O filme Felicidade por um fio é uma adaptação do livro do mesmo nome, da autora Trisha Thomas, que conta a história de Violet Jones (Sanaa Lathan), uma mulher que aparenta ter a vida perfeita. Um namorado gato, bem sucedida no trabalho, independência financeira e amigas incríveis. Se não fosse por um detalhe: Ela busca a perfeição em todas as áreas da sua vida, mas sabemos que perfeição não existe, né?
A comédia romântica tem todos aqueles clichês a que já estamos acostumadas, mas, ao mesmo tempo, traz assuntos relevantes que nos fazem pensar sobre a vida. Se eu pudesse resumi-la em apenas uma palavra seria: autoconhecimento. É exatamente sobre isso.
A perfeição não existe
Violet é uma mulher preta que desde criança precisou entender que não poderia errar, que o preconceito não perdoaria algum deslize seu. Desde pequena, aprendeu com sua mãe a como se comportar, como seu cabelo deveria estar, e o que ela precisava fazer para conquistar espaços.
Foi quase uma aula de etiqueta, mas nesse caso não era apenas sobre como se sentar, qual é o lado da colher e do garfo; era como ela deveria ser vista pelas pessoas.
Violet criou a personagem perfeita. Sem brechas para comentários alheios, tudo do jeito como ela sempre planejou, até ela se deparar com a realidade de uma vida que diz que você não pode ser perfeita.
É preciso se conhecer
Um dos momentos mais lindos e tristes também, foi quando Violet, sem querer, entrou em um processo de autoconhecimento. Desde o início, vemos que seu cabelo sempre foi o centro de tudo. Sempre alisado e impecável, ninguém poderia ter uma visão diferente dessa que ela mostrava.
Foi através de um acidente químico no cabelo que ela começou a desconstruir essa incansável procura pela perfeição. Não dá pra julgar, quando se nasce preta, você cresce sem as referências certas. E tudo te leva a crer que você não é bonita o suficiente, e que quanto mais você se encaixar no politicamente correto, maior a probabilidade de você ser “vista”.
A beleza está na sua autoconfiança
Primeiramente, preciso ressaltar que Violet é linda demais, e não há um tipo de cabelo que não tenha ficado perfeito nela. Quando Vi (para os íntimos) ficou careca, foi um momento de muito baixa autoestima para ela. Foi perceptível o quanto as pessoas passaram a ignorá-la quando essa transição começou. Ela começou a ficar infeliz em todas as áreas da sua vida, até entender que a beleza estava no quanto ela acreditava nela mesma.
Ela se permitiu viver e não seguir mais nenhuma regra. Deixou sua careca à mostra, começou a ter mais autoconfiança no trabalho e a mostrar mais empoderamento em suas ações. Todo esse processo é lindo! Mesmo que tenha alguns clichês, você ama acompanhar do começo ao fim.
Ensine as crianças a se amarem como são
Representatividade é uma das lições mais importantes no nosso processo de conhecimento e construção. No filme, conseguimos presenciar isso quando vemos a relação de Violet com Zoe, uma menina de, em média, 10 anos, que se sente feia e sozinha por causa do seu cabelo e da sua roupa.
Esse encontro das duas se torna um divisor de águas para ambas. Enquanto Zoe estava em fase de crescimento e na busca de se encaixar e entender quem era, Violet estava desconstruindo tudo o que aprendeu desde pequena. Pra mim, a melhor amizade de todas.
Você encontra a felicidade em você
Na minha opinião, o final do filme é um dos mais marcantes, porque sela algo muito importante: a felicidade em si mesma. Como assim? Violet passa vários momentos em busca de casar, ter uma família, e acaba se frustrando com o amor no meio do percurso.
Próximo ao final, depois de todo o processo de autoconhecimento, transição capilar, reavaliação da sua carreira profissional, e tudo que estava em sua volta, ela finalmente entendeu que primeiro precisava encontrar a felicidade em si mesma para depois pensar em dividir com alguém, e essa lição é muito real e verdadeira. Em resumo, quando a gente busca muito no outro e esquece da gente, a frustração se torna muito mais frequente e a autosabotagem começa a se fazer mais presente.
Sem sombra de dúvidas, Felicidade por um fio se tornou um dos meus melhores clichês. Porque fala de muitas temáticas com que me identifico, mostrando de forma leve, didática e engraçada. Vale a pena, viu? Depois me conta o que achou, tá? E não esquece de conferir as 5 opções de filmes inspiradores que também indiquei. Até mais.