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Home office: entenda o impacto financeiro para as empresas

Home office, teletrabalho, trabalho remoto são termos que os trabalhadores brasileiros já conhecem. A Reforma Trabalhista, de 2017, trouxe as bases legais para este modelo de trabalho. A pandemia, que afetou a economia e o mercado de trabalho pelo mundo todo, contribuiu para que muitas empresas começassem a trabalhar nesse formato. Então, aqui você vai ler sobre o impacto do home office para as empresas, inclusive nos custos e no planejamento.

teletrabalho home office moving girls

A Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017, conhecida como a Reforma Trabalhista, estabeleceu no Brasil as bases legais para o teletrabalho, uma forma de trabalho a distância. Ela trouxe também vários outros aspectos ligados às relações laborais e ao processo do trabalho, mas deixou ainda muita polêmica e algumas lacunas que estão sendo tratadas ao longo do tempo. Se você quiser conversar mais sobre as leis que envolvem tudo isso, pode falar com a Adv. Priscila Mourão, que é a nossa redatora de Direito aqui no blog da Moving, tá miga?

E, então, a pandemia veio como um catalisador para colocar tudo isso na prática. Assim, acelerou uma série de processos que estavam sendo postergados por muitas empresas. Dessa forma, o home office veio quase como uma obrigação! E, da noite para o dia, houve aquela correria, babado e confusão para adequar tudo na última hora. Quero que você me conte nos comentários como foi esse processo na sua empresa, ou onde você trabalha, pois agora eu vou te contar como foi para mim. Vem comigo!

O impacto do home office na minha empresa

Um dos maiores sonhos que eu tinha, assim que comecei a atender clientes de consultoria financeira, em 2016, era ter um escritório, um espacinho só meu, onde eu pudesse recebê-los e oferecer um cafezinho. Até então, eu trabalhava em casa e atendia em cafés, ou ia na casa das pessoas ou nos seus locais de trabalho. Eis que esse sonho se tornou realidade em 2019.

A minha mãe alugou um espaço para a sua loja de roupas femininas. O lugar era enorme para uma loja que seria pequena, então tivemos a ideia de separar o lugar em 2 ambientes: a loja, na frente, e na outra parte, meu escritório! 

Foram meses de obra e muita paciência até o espaço ficar legal. Foi uma felicidade! Recebia meus clientes, amigos, fazia encontros, workshop, café da manhã sobre finanças. Eu podia fazer pequenos eventos. Um sonho! E muitos planos para a loja e para o escritório A Economista de Batom!

Então, a pandemia chegou ao Brasil, chegou ao Rio Grande do Sul. E as medidas de prevenção do vírus trouxeram o isolamento social e fechou o comércio. Naquela semana, eu começaria mais um acompanhamento de cliente e teria um curso presencial. Foi muito triste ter tudo cancelado.

A primeira imagem que se via quando eu abria o escritório era a vitrine da loja de roupas. Dessa forma, não tinha como manter o meu escritório aberto por mais uns dias, pois já havia determinação do governo para o comércio fechar.

Naquela época, ninguém sabia muito bem o que fazer. Tentamos negociar, porém o proprietário não foi muito flexível. Então, tivemos que tomar uma decisão difícil. E optamos por devolver o imóvel, pagando todas os custas e possíveis consertos. Tentamos vender o máximo de móveis da loja (novinhos, miga!), com pouco sucesso.

E deixamos o nosso espaço físico. Ao mesmo tempo em que foi uma tristeza, foi também um alívio. Voltamos ao home office, voltamos aos primórdios das duas empresas.

Agora vejamos os impactos do home office para este caso:

  • Empreender é tomar decisões rápidas! Em menos de 1 mês tomamos a decisão imediata de nos desfazer de todo aquele sonho, com tudo novinho, e entregar o local de volta ao dono do imóvel. Caso contrário, pagaríamos por mais 1 mês de aluguel, mesmo operando de portas fechadas. Pode-se dizer que home-office veio também como um meio de reduzir custos: enviar os funcionários para trabalharem em casa reduziu ou até mesmo eliminou o espaço físico, o que gera menos custos fixos para a empresa.
  • Apego ao local de trabalho: se tivéssemos ficado apegadas à ideia de termos montado um espaço, sem querer nos desfazer dele, teríamos ficado de portas fechadas por vários meses, pagando o aluguel sem necessidade, e provavelmente teríamos nos endividado. Assim, no caso da loja de roupas, desapegamos da necessidade de ter um local específico para ela.
  • Presença on-line e o alcance dos clientes: os meus atendimentos já aconteciam on-line antes, e tenho um blog (A Economista de Batom), portanto foi apenas a continuidade do trabalho que já era realizado antes. Eu vi a quantidade de clientes aumentar timidamente, ao mesmo tempo em que a proporção de pessoas interessadas aumentou consideravelmente. Mas esbarramos na pressa em levar a loja para o on-line. De uma hora para outra, quem não usava algum método de venda que não fosse o físico, estaria prestes a quebrar.

Os impactos do home office para as empresas em geral

A Workana fez um levantamento, que foi realizado entre abril e maio, e entrevistaram CLTs, gestores, empreendedores e freelancers, e tratam de temas como: o que os profissionais querem daqui pra frente, o que os gestores pensam sobre trabalho remoto, quais os desafios, trabalho remoto com foco em resultados. Os dados do relatório revelaram que 94,2% dos profissionais com carteira assinada gostariam de continuar trabalhando remotamente após a pandemia, e que para 96,7% deles, o benefício do home office será um diferencial na hora de escolher a empresa onde desejam trabalhar.

Mas, por que não notaram todas as vantagens do home office antes?

Segundo o country manager da empresa no Brasil, Daniel Schwebel, esses números altos e positivos sobre o home office mostram que os trabalhadores provaram uma nova realidade, e gostaram. O representante da empresa acredita que o motivo dessa diferença entre as opiniões e a resposta para a não adoção do trabalho a distância pode estar na dificuldade em abandonar padrões antigos – que até então mantinham todos na zona de conforto, num ambiente de trabalho controlado -, para identificar as novas necessidades dos líderes e colaboradores – sem esquecer do mercado – e se readequar.

  • As empresas que mudaram rapidamente seus padrões, ouvindo mais seus funcionários, foram as que demonstraram ter se adaptado mais facilmente ao “novo normal”.
  • Da ótica dos gestores, os dados mostram que as prioridades e desafios daqui pra frente – que vêm ao encontro das necessidades dos trabalhadores -, estão ligados exatamente à comunicação, mas também à empatia.
  • Uma barreira encontrada por colaboradores e empresas diante dessas mudanças repentinas foi o aprimoramento da tecnologia e da conectividade. 35,7% das empresas disseram que precisarão melhorar a tecnologia e a conectividade e, para 7,1%, será prioridade atualizar computadores e servidores para que os funcionários possam usá-los normalmente em casa.

E o impacto do home office em outras esferas?

De acordo com os números apresentados, o próprio governo reconhece que o teletrabalho é uma forma possível de prestar serviços públicos com mais produtividade. O governo reduziu em R$ 466,4 milhões as despesas em itens de custeio administrativo com a adoção do teletrabalho dos servidores, segundo dados do Ministério da Economia que considera o período de abril a junho deste ano.

Todavia, empresas onde os custos fixos diminuíram, tiveram que equilibrar com investimentos em plataformas e cursos de capacitação para que os funcionários pudessem se adequar à nova realidade. E isso é um investimento viável, pois a maioria das empresas pretende aderir ao home office de forma permanente, seja na esfera privada, ou na pública, como é o caso da Prefeitura de São Paulo.

Seja como for, o teletrabalho é um divisor de águas nos quesitos custos para empresas, investimentos em inovação e pessoal e em valor de marca. E, como sabemos, a marca é um patrimônio a ser cuidado sempre. Cuide do seu!

Na foto anterior, sou eu no home office em 2018. De lá pra cá, muitos processos mudaram, mas agora retornei ao princípio! E você, miga, qual foi o impacto do home office na sua empresa? Conta aqui nos comentários!

Um grande beijo, até a próxima e que, no vermelho, fique só a cor do batom!

Janile Soares é economista (Corecon-RS 8336), mentora, educadora financeira e autora do blog A Economista de Batom que trata de finanças, empreendedorismo e empoderamento, para que no vermelho fique só a cor do seu batom.

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