O homem invisível: Filme sobre violência psicológica

Oi, como você tá? Hoje vou falar sobre o filme O homem invisível. Dessa vez, nosso assunto não tem a ver com empreendedorismo diretamente, e sim com uma temática extremamente atual e necessária que é abuso psicológico. Por isso, nossa conversa vai ser mais séria, porém não vai ser chata, prometo. Tá preparada para a dica de hoje? Vamos lá!

O Homem Invisível

O homem invisível, filme lançado esse ano, (então, ainda está bem quentinho) conta a história de Cecília (Elisabeth Moss), uma mulher que foge de um relacionamento abusivo com o cientista Adrian (Oliver Jackson-Cohen) e, a partir daí, precisa lidar com todos os traumas que a relação causou. Inesperadamente, seu ex-companheiro, que até então tinha cometido suicídio, reaparece e começa a fazer um jogo de gato e rato com ela, brincando com seu psicológico. Esse filme é um grande exemplo da prática Gaslighting.

O que é Gaslighting?

Gaslighting ou gas-lighting é um tipo de abuso psicológico, em que as informações são distorcidas propositalmente, de forma que favorece o abusador. É uma forma de fazer a vítima duvidar da sua própria memória ou pensamentos e achar que está ficando louca. Por exemplo: sabe quando uma discussão se inicia e do nada você está sendo a culpada de tudo, sendo que o errado era o outro? É isso.

Esse tipo de situação pode ser enquadrado como violência psicológica, que, segundo a Lei Maria da Penha, é considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar, ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Então, ameaças, constrangimento, manipulação, vigilância constante, insultos, chantagens, humilhação entre outas práticas, é considerada violência psicológica e pode ser denunciada, tá?

Violência psicológica, moral e patrimonial podem ser denunciados online, no site da delegacia virtual do seu Estado.

Como o Gaslighting acontece no filme?

Cecilia consegue fugir do seu companheiro com quem vivia um relacionamento abusivo. Depois de fugir ela passa a ficar na cada de um amigo da irmã dela. Poucos dias depois, ela recebe a notícia que seu ex companheiro está morto, o que deveria ser um possível alívio para ela, né? Mas agora as coisas começam a sair do lugar.

Coisas estranhas começam a acontecer no dia a dia de Cecilia, como porta se abrindo sozinha, sons estranhos e uma sensação de perseguição. Mas tudo isso são situações nas quais ela não vê ninguém, o que só a leva pensar que pode estar ficando louca realmente.

Todos esses episódios estranhos que passam a acontecer, começam a atingir outras pessoas, como o amigo com quem ela está morando, e a filha dele. Todos começam a pensar que, de fato, ela está louca, até ela entender que Adrian, seu ex companheiro pode estar vivo. A partir daí, ela começaa a ir atrás de pistas que provem sua teoria. Obviamente ninguém acredita nela. Assim como na vida real, a vítima sempre é desacreditada.

É isso que o Gaslighting faz

O filme, obviamente, é uma ficção cientifica, e claro que não existe um homem invisível. No entanto, a trama faz uma alusão que se cruza com a realidade quando homens buscam formas de sempre colocar a mulher como louca, sem noção, errada e duvidar de si própria.

Em dado momento, Cecilia consegue provar que, de fato, Adrian estava vivo, e que era ele que estava manipulando toda a situação na qual ela estava vivendo, porém, ele arma para que pensem que ele também era vítima de outra pessoa. E aí, mais uma vez, acreditam nele e não nela (mesmo com a afirmação dela de que era Adrian por trás das cenas absurdas o tempo todo).

O final é surpreendente

Eu não vou falar sobre o final, porque para mim, é a melhor parte e não quero estragar a surpresa, mas com certeza ele tem uma grande ligação com o momento em que as mulheres conseguem se libertar de relacionamentos abusivos, e de fato serem livres.

O filme mostra claramente os traumas que a violência psicológica pode deixar na vida de uma mulher, e como a manipulação pode ser facilmente aplicada quando existe medo e dependência. Além disso, ele deixa algumas lacunas abertas, sobre alguns pontos da história que talvez deveria ter desenvolvido melhor, mas num todo, ele vale muito bem. Certeza que você vai sentir agonia do começo ao fim.

Hoje o papo foi mais sério, né? Assuntos como esse precisam estar sendo sempre falados, e em um espaço como esse não poderia ter sido diferente.

E aí, o que achou? Se você conhece alguém que está passando por isso, indica esse filme, e caso você mesma viva algo parecido, lembre-se que você é mais forte que isso, tá? Não tenha medo de se libertar.

Até a próxima!