5 livros escritos por mulheres negras brasileiras
Amo indicações de livros, filmes, séries e documentários! Não é à toa que escrevo sobre isso aqui, né? Hoje teremos 5 livros escritos por mulheres negras brasileiras incríveis para você comprar e ler no confortinho do seu lar. Bora saber quais são minhas escolhas de hoje?
Por que ler é tão importante?
Vivemos em um país que não consome livros no seu dia a dia, e que não busca nos livros uma fonte de informação. Com a internet, provavelmente esse hábito deve ter se ausentado ainda mais, visto que agora o que você procura consegue encontrar com algumas pesquisas no Google.
Mesmo assim, livros ainda são uma das ferramentas mais poderosas no caminho do conhecimento. São nos livros que conseguimos nos aprofundar ainda mais nos assuntos que queremos, e ter acesso a informações, discussões e aprendizados que não encontramos tão fácil na internet. Sem falar que quanto mais você ler, melhor você escreve, além de te ajudar com memorização. E aind mais: você vai aprender a interpretar textos mais corretamente.
Mas, agora vamos para as indicações de livros escritos por mulheres negras, dica que se torna tão necessária nos dias atuais.
1. Quem tem medo do Feminismo Negro? – Djamila Ribeiro
Esse livro se inicia com um longo ensaio autobiográfico inédito em que Djamila recupera memórias de sua infância e adolescência para discutir o silenciamento que sempre sofreu. Foi apenas ao trabalhar na Casa de Cultura da Mulher Negra – onde entrou em contato com autoras negras – que ela enfim deixou de se esconder. Desde então, o diálogo com escritoras como Bell Hooks, Alice Walker, Toni Morrison e Conceição Evaristo é uma constante.
O livro traz também uma seleção de artigos publicados no blog da CartaCapital entre 2014 e 2017. Muitos deles reagindo a situações do cotidiano, a partir dos quais a autora destrincha os conceitos de empoderamento feminino e interseccionalidade.
2. Quando me descobri negra – Bianca Santana
Quando me descobri negra fala com sutileza e firmeza de um processo de descoberta inicialmente doloroso e depois libertador. Bianca Santana, através das experiências de si, consegue desvelar um processo contínuo e penoso de rompimento de imposições sobre a negritude e de desconstrução de muros colocados à força que impedem um olhar positivo sobre si. Caminhos que aos poucos revelam novas camadas de um ser ressignificado.
3. Empoderamento – Joice Berth
O livro Empoderamento, de Joice Berth, nos oferece parâmetros relevantes para o entendimento de um tema cuja importância é sempre descartada por ser visto como mero reflexo das políticas de identidade. Ao contrário do que pensam, a discussão sobre o problema do protagonismo social, tópico central da noção de empoderamento, tem importância central em sociedades que pretendem desenvolver uma cultura democrática. Isso requer a adoção dos meios necessários para que todos os seus membros possam ter as mesmas chances de construírem os próprios destinos por meio do gozo do mesmo apreço social.
4. Olhos D’água – Conceição Evaristo
Olhos D’água, livro escrito por Conceição Evaristo e publicado em 2014 é constituído por quinze contos, muitos deles já publicados, mas que agora se reúnem mostrando situações e personagens do cotidiano da comunidade negra/afro-brasileira urbana. O livro aborda, de forma direta, a pobreza e a violência urbana que a acometem.
Segundo a própria editora na qual o livro foi lançado, em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.
5. Heroínas negras brasileiras em 15 cordéis – Jarid Arraes
Como a própria autora fala no seu site, desde 2012, Jarid Arraes tem se dedicado a desvendar a história das mulheres negras que fizeram a História do Brasil. E não bastava conhecer essas histórias, era preciso torná-las acessíveis e fazer com que suas vozes fossem ouvidas. Para isso, Jarid usou a linguagem poética tipicamente brasileira da literatura de cordel. E vendeu milhares de seus cordéis pelo Brasil, alertando para a importância da multiplicidade de vozes e oferecendo exemplos de diversidade para as mulheres atuais.
Neste livro, Jarid reúne 15 dessas histórias, que ganharam uma nova versão da autora e a beleza das ilustrações de Gabriela Pires. Conheça a história de: Antonieta de Barros, Aqualtune, Carolina Maria de Jesus, Dandara dos Palmares, Esperança Garcia, Eva Maria do Bonsucesso, Laudelina de Campos, Luísa Mahin, Maria Felipa, Maria Firmina dos Reis, Mariana Crioula, Na Agontimé, Tereza de Benguela, Tia Ciata, Zacimba Gaba.
Quais livros escritos por mulheres negras brasileiras você já leu?
Fiz questão de pegar descrições próprias dos livros para vocês terem ideia da importância dessas leituras, que vão além das minhas opiniões. Ler livros escritos por mulheres negras, em um país tão racista como o nosso, é extremamente importante. Não é só sobre a leitura, mas sim todo o apoio que você dá à arte e à literatura no Brasil.
E já vou logo avisando que as opções são infinitas, e estarei sempre buscando trazê-las para cá, então não ache que as dicas se resumem apenas a essas não, tá? Assim, vamos conhecendo os trabalhos de mulheres tão incríveis. A propósito, já li alguns desses livros e outros estão na lista, então tentarei trazer análises individuais também. Inclusive aqui tem outra opção de leitura escrita por uma mulher negra incrível.
E então, miga, o que achou das escolhas de hoje? Se tiver outras indicações que você acha fundamental, é só comentar aqui.