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Documentário Absorvendo o Tabu da Netflix (Imagem: Reprodução/Netflix)

Doc Absorvendo o Tabu: por que ainda sentimos vergonha em falar sobre menstruação?

Você sabia que existem lugares no mundo onde a menstruação é tratada como algo anormal? E que há pouco tempo muitas mulheres nem sabiam o que eram absorventes? É exatamente sobre isso que iremos falar aqui, através do documentário Absorvendo o Tabu.

Capa do documentário Absorvendo o Tabu, com nome em inglês
Capa do documentário Absorvendo o Tabu. Imagem: Reprodução/Netflix

O tabu de falar sobre menstruação

Em primeiro lugar, falar sobre menstruação ainda é um grande tabu. Não se é ensinado nas escolas, para meninas e meninos, a importância da menstruação para o corpo e o quão normal é essa fase natural para nós mulheres.

Quantas vezes você foi no mercado ou farmácia comprar um absorvente e ficou morrendo de vergonha? Quantas vezes você escondia na bolsa para ninguém ver o que você comprou? E quantas vezes você sentiu vergonha de falar para outra pessoa que estava menstruada? Ou seja, conversar sobre isso ainda é visto como algo ruim e vergonhoso. Mas é ainda pior para mulheres em alguns lugares no mundo, que são ensinadas que a menstruação tem a ver com sujeira e pecado.

Documentário Absorvendo o Tabu

Vencedor do Oscar de melhor documentário curta-metragem de 2018, Absorvendo o Tabu da cineasta Rayka Zehtabchi, e com toda sua produção composta por mulheres, está disponível na Netflix e fala sobre como as indianas lidam com a menstruação e os homens não sabem ou fingem não saber do que se trata. 

O documentário, de 26 minutos, aborda o modo como mulheres de várias idades enxergam o período menstrual. Desde criança elas sentem vergonha, muitas largam seus empregos e até deixam de estudar por conta da menstruação. Além de ser visto como um “sangue ruim”, no período menstrual as mulheres indianas não podem frequentar os templos nem rezar para nenhum Deus, pois são consideradas sujas.

Cena de algumas mulheres que aparecem no documentário
Cena de algumas mulheres que aparecem no documentário. Fonte: Reprodução/Netflix

Segundo o Documentário Absorvendo o Tabu, apenas 10% das indianas tem acesso a absorventes higiênicos

De acordo com o documentário, boa parte das indianas não usam absorventes higiênicos, apenas 10% das mulheres na Índia têm acesso a eles. Isso dificulta o período menstrual para as outros 90% das mulheres, que chegam a usar panos e depois enterrá-los, além da vergonha que sentem em fazer isso na frente de um homem.

Observando toda essa situação, Arunachalam Muruganantham, inventou uma máquina de absorventes higiênicos de baixo custo. Ele ensina as mulheres a produzirem seus próprios absorventes, depois disponibiliza para elas mesmas venderem e, a partir disso, alcançarem uma independência financeira.

Cena do documentário Absorvendo o Tabu, onde as mulheres estão aprendendo sobre os absorventes
Cena do documentário Absorvendo o Tabu, onde as mulheres estão aprendendo sobre os absorventes. Fonte: Reprodução/Netflix

Após criarem o absorvente “Fly” essas mulheres correm pela cidade tentando distribuir o produto em mercados, mas de início a venda é difícil por conta da vergonha que muitas mulheres sentem em comprar o absorvente. Vendo essa dificuldade, as vendedoras resolvem ir de casa em casa oferecer o produto e tornar a vida dessas mulheres mais fáceis. 

O melhor de tudo é ver as mulheres com pensamentos empoderadores e impulsionando outras mulheres a trabalharem e se sustentarem sozinhas, além da autoestima que é criada entre elas.

Ter acesso a absorventes ainda é privilégio

Toda essa situação, nos mostra o quão privilegiadas somos, por termos acesso a tantas marcas de absorventes e condições para comprarmos o que acharmos melhor. A menstruação está longe de se desconstruir como um tabu. Mas se nós, mulheres, começarmos a enxergar como um ciclo natural do nosso corpo, estaremos prontas para ignorar qualquer obstáculo. Desde ir comprar o absorvente, falar com alguém sobre o assunto e lidar com os vazamentos quando se está em grande fluxo. Lembrando também que o sangue que desce do nosso corpo não é sujo e faz parte de quem somos.

Enfim, você entendeu a importância desse documentário e o quanto assuntos básicos como esse ainda precisam ser mais discutidos? Nem sempre é algo rápido de aprender, mas quanto mais nos informarmos, mais ajudaremos mulheres a se desconstruírem também. Para assistir é só clicar aqui e ir direto para a página da Netflix.

gif de duas mulheres representando união

Jornalista paraibana, se especializando em Neuromaketing e idealizadora de uma revista que vê no feminismo a esperança do mundo, lutando para que mulheres reconheçam seus espaços e se sintam livres.

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