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Emirados Árabes: Mulheres na arte da falcoaria

Marhaba, miga! Hoje quero apresentar pra você uma miguinha muito especial que está ajudando a reforçar o papel das mulheres na arte da falcoaria nos Emirados: Osha Al Mansoori.

“Embarca” aí no camelo e vem comigo nessa viagem pelo deserto que te explico tudo no caminho!

Emirados Árabes Mulheres na falcoaria

O que é a arte da falcoaria?

A falcoaria hoje é considerada um esporte, porém há tempos foi um meio de caça para os povos beduínos, aqueles que vivem no meio do deserto.

Antigamente eles treinavam os falcões para que voassem pelo árido deserto para caçar e proporcionar comida para a família. Atualmente é mantida como esporte e praticada predominantemente por homens.

Porém, nossa miguinha Osha está aqui para mostrar que, em breve, não será mais um esporte “masculino”.

Mulheres praticam falcoaria nos Emirados Árabes
A jovem Osha pratica com a sua tia no deserto de Abu Dhabi. Fonte: www.thenationalnews.com

Quem é Osha Al Mansoori?

Osha é uma miga de apenas 7 anos de idade, que teve o primeiro contato com falcões aos 6 meses de vida.

Mulheres e falcões, Osha Al Mansoori
Osha Al Mansoori demonstra afeto por um de seus falcões. Fonte: www.thenationalnews.com

Atualmente ela vem treinando diariamente ao lado de sua mãe, a responsável por ensinar a menina. Elas vão até o deserto antes do amanhecer junto com outras mulheres da família e lá ensinam seus falcões a caçarem coelhos e pássaros.

Sua mãe, Ayesha Al Mansoori, por sua vez, aprendeu a arte através dos ensinamentos de seu pai e hoje ela dá aulas em um clube para mulheres em Abu Dhabi, tendo como intuito inserir mais mulheres na arte da falcoaria.

Ayesha Al Mansoori e a arte da falcoaria nos Emirados Árabes
Osha e sua mãe, Ayesha Al Mansoori no deserto de Abu Dhabi treinando seus falcões. Fonte: nzzas.nzz.ch

Como o esporte tem ajudado Osha?

Falcões são animais fortes e muito ágeis e lidar com essas aves não é tarefa fácil. Exige muita concentração, autocontrole, muita disciplina para os treinos e uma certa conexão com o falcão.

Tudo isso, por si só, já parece bem complicado. Imagina então tudo isso para uma criança…

A mãe de Osha afirma que ela está crescendo autoconfiante e diferente das outras meninas da sua idade, em um bom sentido, já se mostrando mais madura em sua maneira de falar e agir e ela atribui isso à falcoaria.

Além do fato de Osha ter se tornado símbolo de empoderamento, mesmo tão jovem, ela também é a inspiração para dois livros infantis que falam sobre a falcoaria.

Livros infantis baseados na história de Osha com a falcoaria
Livros “Como se tornar um falcoeiro” e “Osha e o vovô Matar”, ambos escritos pela mãe de Osha, têm como inspiração a jovem emirati. Fonte: qindeel.ae

Mais mulheres na falcoaria é um avanço para a nossa dominação mundial

Tradicionalmente, a falcoaria é passada de pai para filho. Mas ainda bem que hoje temos migas no deserto pra passar essa arte também de mãe para filha.

E é com esse grande esforço para quebrar barreiras mais uma vez que as migas do deserto demonstram que todas as áreas aqui terão participação feminina também SIM!

São mulheres fortes que quebram barreiras como a Ayesha, que criam meninas fortes como Osha.

Já eu, apesar de trabalhar no deserto, tenho apenas breves contatos (meramente turísticos, diga-se de passagem) com essas aves tão lindas.

Apesar de conhecer cada uma delas pelo nome, uma vez que cada local em que trabalho no deserto tem a sua própria ave. Confesso que sinto um certo medo ainda, especialmente quando as vejo sendo alimentadas.

Os turistas que vão ao deserto podem ter contato com as aves, como eu tive nessa experiência aqui:

Assim, encerro por aqui esse post, com uma imensa admiração pela pequena Osha e pelas mulheres que estão mudando essa sociedade tão marcada pelo machismo que vemos aqui.

Mas fiquei apenas com uma dúvida: será que eu deveria tentar uma aula experimental de falcoaria e aprender um pouco mais sobre esses meus “colegas de trabalho”? O que você acha, miga?

Um forte abraço da sua miga do deserto.

Bailarina profissional de dança do ventre, residente nos Emirados Árabes Unidos. Deixou para trás a estabilidade que tinha no Brasil e seguiu um sonho no outro lado do oceano, enfrentando barreiras culturais e se tornando sua própria empresária. Formada em Ciências Contábeis, mas atualmente contadora apenas de histórias dessa vida louca!

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