França: conheça a cantora Angèle e sua música antissexismo

Coucou, miga! Hoje vamos dar uma pausa no empreendedorismo na França para abrir espaço para outro tema de igual importância: a luta contra o sexismo. Por mais que pensemos que esse tipo de assédio não acontece no primeiro mundo, acontece sim. E, por isso, vamos falar em como esse assunto tão sério tomou as rádios e é cantado em todo lugar aqui na Europa. Preparada para ler sobre Angèle, antissexismo, entretenimento e ainda aprender um pouco sobre a língua francesa? Então, vem comigo!

A cantora Angèle

Angèle Joséphine Van Laeken, mais conhecida como Angèle, é uma cantora, compositora e atriz belga nascida em 3 de dezembro de 1995. Como estudou em uma instituição católica de educação muito rígida e conservadora, ela sempre se sentiu uma estranha dentro daquela linha de ensino. Essa intolerância educacional vivida na infância e adolescência foi o click para uma vida adulta toda trabalhada no ativismo social. A luta da cantora começou a se fazer mais presente quando ela afirmou para um canal francês que ela sentia um forte sexismo no mundo da música: “ainda custam a acreditar que eu mesma escrevo, componho e produzo minhas músicas.” A partir daí, a artista francófona mais ouvida em 2019 deslancha sua carreira, chegando a ganhar diversas premiações por seus álbuns, como o disco de diamante pelo álbum Brol.

Nesse sentido, Angèle e o antissexismo se tornam inseparáveis, principalmente com a música Balance ton quoi, cujo videoclipe com a participação do ator Pierre Niney é sucesso absoluto na França e na Europa como um todo. Além disso, ela apoia o coletivo #NousToutes (“Nós todas”), que luta contra a violência sexista e sexual, e ainda manifesta no Dia Internacional da Mulher todos os anos. A cantora evoca, ainda, a causa LGBTQIA+ ao mostrar para o mundo sua própria homossexualidade nas letras de sua autoria. E pra completar, esse ícone ainda compartilha postagens super relevantes sobre o aquecimento global em seu Instagram, demonstrando total colaboração à ativista Greta Thunberg. Ou seja, miga, uma Moving Girl pra ninguém botar defeito, não é mesmo?

Balance ton quoi = Exponha seu abusador

“Exponha seu abusador Mesmo se você falar mal das garotas Eu sei que no fundo você entendeu Exponha seu abusador Um dia talvez isso mude Exponha seu abusador Então, deixe-me cantar para você Vá se f*der, hmm! Sim, eu não vou tocar no rádio Porque minhas palavras não são muito legais“

Trecho da música Balance ton quoi, de Angèle

Essa música é muito perfeita pra ler somente uma estrofe, né? Então, vem ver a tradução completa!

Diz aqui, miga, se essa letra não te dá uma sensação de liberdade e de força interior? É assim que eu me sinto sempre que ouço essa música. Lançada em 2019, mas tocada nas rádios até hoje, Balance ton quoi veio como um hino para ajudar no combate antissexista. Cheia de metáforas e, ao mesmo tempo, de mensagens bem diretas, ela traduz tudo aquilo que nós queremos gritar para o mundo. Cada vez que uma nova notícia sobre abuso sexual vem à tona, essa vontade cresce. Assim, foi exatamente isso que as francesas fizeram e fazem nas manifestações pelas ruas, olha só!

No videoclipe, fica claro que somente a educação por meio da informação pode lutar contra o sexismo cultural tão enraizado na sociedade contemporânea. Diante disso, esse título é acima de tudo uma mensagem dirigida a assediadores e misóginos. Ao longo do clipe, a artista pop assume diversos papéis. De juíza a testemunha, de treinadora a chefe de uma academia de educação masculina, Angèle enfatiza o papel da educação, segundo ela a melhor forma de combater o “machismo comum”. Tudo em uma acusação tão amarga quanto divertida.

Uma aula de antissexismo

Pierre Niney faz uma aparição surpresa no videoclipe e desempenha o papel de um homem, um gostosão, que questiona os limites do sexismo e aprende as regras do consentimento sexual. Ele tenta de alguma forma assimilar o que um “não” significa de uma mulher. Um pouco perdido, ele se pergunta: “Quando uma garota diz não, geralmente significa … sim, não é?” Angèle o interrompe imediatamente: “Quando ela diz não, isso significa que não!” Persistente, o ator pergunta: “Mas quando ela dorme, você não sabe! Na dúvida, podemos tentar…” “Quando ela dorme, você a deixa dormir. ” Em resumo, a ideia principal é demonstrar que, por meio da formação e do debate, é possível transformá-los, tanto que, ao final, o ex-aluno sem noção passa a ser coach terapeuta sobre o assunto.

Sinal de que eles aprendem, né, miga? O que falta é um empurrãozinho.

Enfim, miga, sabemos que a luta ainda está longe de acabar. No entanto, Angèle e o antissexismo visível nas palavras dela nos mostram que é possível sim fazer nossa voz ser ouvida!

E aí, já aprendeu a cantar esse hino feminista em francês? Se tiver alguma dúvida quanto ao idioma, não deixe de escrever aqui nos comentários. Vamos amar receber seu feedback!

Bisous Bisous et à la prochaine!