Maternidade nos Estados Unidos: como é ser mãe em um novo país
Hello, miga, tudo bem? Hoje eu vim falar sobre um assunto diferente do que normalmente eu escrevo por aqui. Pra quem não sabe, eu moro nos Estados Unidos há quase 3 anos e em 2019 tive meu primeiro filho aqui. Então, hoje vou te contar um pouquinho sobre a minha experiência com a maternidade nos Estados Unidos. Vamos lá?
Pessoalmente falando, eu não tenho como comparar os Estados Unidos e Brasil, porque só tive uma experiência até agora. E antes de mais nada, quero enfatizar que a maternidade é diferente pra cada mulher. Várias mulheres podem morar em uma mesma cidade, mesmo bairro, fazer o parto no mesmo hospital, ter o mesmo tipo de ajuda e mesmo assim, ter experiências completamente diferentes. Por quê? Eu acredito que é porque tudo depende do nosso psicológico e de quão organizados estão nossos sentimentos.
Portanto, esse post vai ser com base na minha experiência pessoal e todas as informações que eu acompanhei de outras mulheres no Brasil. Além disso, quero compartilhar isso do meu lugar de fala: mãe imigrante e sem rede de apoio.
Saúde para todos
Qualquer pessoa que chegue na emergência de um hospital, será atendida. Qualquer pessoa que marque uma consulta com algum médico, será atendida. Nada será cobrado antecipadamente. Mas, pode ter certeza de que até o algodão que passaram em você será cobrado! A conta vem depois, tendo convênio ou não. Se você tiver convênio, você provavelmente ainda terá que pagar uma parcela do valor, mesmo que seja 10%.
No entanto, o que muita gente não sabe é que existe, sim, atendimento médico gratuito nos Estados Unidos. Existem hospitais com planos de pagamento bem mais acessíveis para pessoas de baixa renda e, existem ainda, hospitais que perdoam sua dívida caso você prove que não tem condições de pagar.
O meu parto custou aproximadamente 15 mil dólares. Esse valor equivale a um Estado pequeno e a uma cidade pequena, mas os preços podem ser incrivelmente mais altos em cidades e estados grandes. Eu paguei ZERO dinheiros, miga! Acredita? Porque o hospital da minha cidade é uma instituição particular sem fins lucrativos, e como o visto do meu marido é de estudante, nós aplicamos para assistência financeira, e eles não nos cobraram nada.
Inclusive todas as consultas do meu filho também são gratuitas e com o médico que eu quiser.
Pré-natal nos Estados Unidos
Pelas informações que eu tenho, o pré-natal no Brasil é totalmente detalhado, delicado e cuidadoso. Explico: quando você vai nas consultas, o médico normalmente te explica as fases da gestação, o que você pode estar sentindo, o que pode acontecer, etc.
Aqui, você chega na consulta, a enfermeira te examina, faz algumas perguntas sobre o que você tem sentido, depois o médico te examina, pergunta se você tem alguma dúvida, caso não tenha, é isso. Tchau e “bença”. E assim são praticamente todas as consultas até o final. Inclusive a regra é que o médico não te pergunte se você gostaria de um parto normal ou cesária. A regra sempre é o parto normal, a não ser que exista uma emergência por complicações médicas.
Pouquíssimos exames de ultrassom em relação ao Brasil. Mas os poucos que são feitos, revelam tudo sobre o bebê.
Fora essas particularidades, eu fui muito bem tratada em todo o pré-natal, me senti segura, me senti sendo bem cuidada e nunca tive medo.
Ah, e sabe a mini festa que as brasileiras dão na maternidade para a chegada do baby?! Aqui não tem nada disso. Inclusive o que você precisa levar para o hospital no dia do parto (a famosa mala da maternidade) aqui é 10% do que as brasileiras levam. O hospital dá praticamente tudo que você precisa.
Rede de apoio nos Estados Unidos
Caso você não saiba o que é Rede de Apoio, eu explico. São as pessoas que te ajudam com comida, com a casa, com os outros filhos (caso você tenha). O pai é rede de apoio? Não! O pai é igualmente responsável pelos cuidados da criança quanto a mãe. Pai não ajuda, pai cumpre as obrigações e responsabilidades tanto quanto a mãe. Todas as outras pessoas podem ser rede de apoio. Avó, tias e tios, amigas, etc. Certo, miga?
Enfim, como uma imigrante morando longe da família, a rede de apoio é praticamente zero. Eventualmente existe uma amiga ou outra que te ajuda com o bebê, mas é raro. Não existe “deixa o bebê uma horinha com a vó pra poder tomar um banho demorado”. Não existe “vai ficar com a tia pra eu poder ir em tal lugar”. Simplesmente não tem esse tipo de ajuda e a gente tem que se virar como pode.
O costume americano, das amigas da mamãe recém-nascida, é deixar comida na porta da casa, pra ajudar a nova mamãe.
Como eu não trabalho fora, eu fico em casa com meu filho. Mas as mulheres americanas, que trabalham fora, deixam os filhos no Day Care, que é uma espécie de creche. Porque aqui não existe obrigação da licença-maternidade remunerada. Algumas empresas oferecem, outras não, mas não são 120 dias como no Brasil.
Ah, e só uma curiosidade sobre os direitos da gestante: raríssimas são as vagas exclusivas para gestantes; na minha cidade existe uma única vaga em um estacionamento para grávidas ou mulheres que acabaram de ter bebê. Atendimento/fila preferencial para grávidas? Nops. Contato direto com o ginecologista? Nem pensar!
Dificuldade de voltar ao trabalho
Após a maternidade, o desejo de empreender cresceu e ainda cresce a cada dia pra mim, porque eu sinto a necessidade de trabalhar, ser produtiva. Hoje, graças a Deus, encontrei uma forma de empreender e trabalhar em casa, mas ainda estou na busca de me sentir realizada profissionalmente. Eu, particularmente, deixei pra trás minha profissão no Brasil e tive que me reinventar em novas terras.
Apesar disso, sei que a experiência de muitas brasileiras que moram nos Estados Unidos é completamente diferente, ou porque não querem trabalhar ou porque podem seguir com suas carreiras normalmente.
Acredito que mudar de país e a maternidade têm isso em comum: você tem que se reinventar, se redescobrir. E essa tem sido minha jornada no momento.
Eu, mamãe empreendedora
Acredito que existam muitas diferenças entre a maternidade nos Estados Unidos e no Brasil, mas apesar disso, temos que aprender a nos adaptar e aproveitar todas as fases dos nossos bebês, pois elas passam muito rápido!
O que você achou mais diferente entre os dois países, miga? Você se identificou com algo da maternidade nos Estados Unidos? Vou adorar ler seu comentário!
Se quiser ler mais um post sobre os Estados Unidos, sugiro esse aqui.
Até o próximo post, miga.
See you.