Contrate olhares que você não tem
Miga, é preciso contratar e trazer para perto os olhares e percepções de mundo, diferentes das suas. Isso gera múltiplos pontos de vistas, criações mais reais e diversidade. Quer saber por onde começar?
Lugar e não-lugar
Os lugares são os ambientes que promovem identificação, conforto e pertencimento. Se você pensa que todos os espaços foram criados para promover mobilidade e acesso igualitário, é hora de rever o conceito de inclusão e contratar olhares que você não tem! Aqui vamos falar da questão subjetiva dos espaços corporativos, mas o tema pode ser abordado pelo viés arquitetônico. Por exemplo: porque existem espaços PÚBLICOS os quais determinados grupos não são “bem vindos”? Ou até: porque existem instituições privadas as quais só vemos pessoas negras em trabalho precarizado e/ou subalterno? Pensa aí, miga… Qual foi a última médica negra que te atendeu?
A mulher negra em não-lugares
Frequentar espaços e se sentir desconfortável ou nunca encontrar um exemplo compatível com a própria realidade, faz parte do não-lugar. Isso sem mencionar quem nunca consegue se ver, pois, no preconceito geracional, a população feminina é excluída gradativamente conforme envelhecem.
O não-lugar da mulher negra é onde seu corpo circula, mas não se sente pertencente… Tipo todas às vezes em que eu entrei numa loja e fui desrespeitada.
Privilégios
Se você sempre se identificou com as imagens reproduzidas no seu cotidiano, encontrando referências e as visualizando conquistarem seus próprios espaços e ocupando lugares de poder, sim, você possui privilégios.
Construindo espaços mais diversos
Miga, você tem olhado para o seu time? Com quem você costuma fazer negócios? Ser aliado é promover espaços que garantam inserção e pertencimento. Isso significa criar um ambiente de acolhimento para que os seus colaboradores se sintam mais vivos e parte do seu negócio.
Por onde começar?
- Pense no seu cliente: Seu cliente é diverso, portanto seu time também deve ser. Você nunca vai falar “para todo mundo”, mas pode explorar ao máximo a subjetividade do seu nicho.
- Colocando a diversidade em todas as pautas: Visualize as pessoas por suas potências e não para cobrir a “vaga de diversidade”. Todas as pautas possuem pontos de vistas que você não tem!
- Ofereça um ambiente de crescimento: Contratei e agora? Miga, se preocupe com a satisfação de quem trampa para você. Sua empresa deve ter o compromisso ético de desenvolver seus contratados, respeitado-os e os valorizando-os pelo que sabem fazer!
E para mulheres negras?
Ter apenas uma Moving Black Girl no seu time não é suficiente! Planeje políticas internas de diversidade racial que a sua empresa pode adotar. Caso você seja empreendedora solo, ainda sim pode fazer parcerias e trocar muitas ideias com outras empreendedoras negras que possuem uma vivência e experiência diferente da sua.
É aquela história… Fale a partir do que você vive, se reconhecendo e respeitando sua vez de falar.
Se bateu uma vontade de praticar autoconhecimento e rever o próprio caminho, te recomendo esse texto da Raquel Duarte com indicação de 3 TED Talks que vão te ajudar a encontrar o caminho do seu negócio!
Miga, não paralisa! Afinal, criar lugares possíveis e menos hostis nos exige olhar para além da nossa bolha e rever a própria estrutura de trabalho que é excludente para mulheres, invisível para mulheres pretas e quase inexistente para mulheres trans.
E aí, pronta para começar a dominação mundial contratando e promovendo diversidade?