A solidão da mulher negra nos negócios
Empreender não é fácil e isso você já sabe, miga. Mas, imagina para mulheres negras que o fazem em solidão e para, em primeiro lugar, sobreviver! Vem comigo que eu te explico como entender isso melhor. Bora?
Empreender ou sobreviver?
Miga, você também empreende que eu sei ou está bem próxima de abrir sua empresa, né? (Inclusive, se você tiver com dificuldades no processo, as dicas da Gabi vão te salvar)
Quando decidimos, no meio da jornada de vida, transformar uma potência num negócio, imediatamente, um mundo se abre. Tem sido assim comigo e é uma verdadeira delícia assumir o lugar como empreendedora. Além disso, poder usar a internet conforta esse caminho, além de ser ótimo acessar conteúdos como os da Moving, que é uma comunidade segura de compartilhamento de saberes e experiências entre outras migas que empreendem. Você sente isso? É da mesma forma para você?
O ponto em que quero chegar é que, em primeiro lugar, existem milhares de mulheres que nem sonham com a nossa existência. Isso porque elas vivem o modo sobrevivência, fazendo seus corres com duas vezes mais entraves e esforços para bancar a própria vida.
Isso me faz refletir sobre nossa responsabilidade como empreendedoras na criação de serviços e produtos.
A solidão da mulher negra nos negócios
A solidão da mulher negra nos negócios começa, de antemão, com a não identificação de si nos espaços, mas também de ser a única nos lugares que ocupa.
É porque não basta que uma ou outra mulher negra chegue a cargos de liderança, miga. Para representar é preciso, primeiramente, que este corpo não esteja, majoritariamente, na subalternidade dos espaços, muito menos normalizados. Por exemplo: quantas pessoas negras ocupam serviços precarizados em comparação às que estão em cargos de decisão, dentro de uma empresa? Isso é normal? Não deveria ser.
Primeiramente: Você faz parte da “solução”
Não poderíamos dizer que a “solução” é simplesmente ocupar, pois, a nossa preocupação está para além de enxergamos corpos únicos (e aqui me refiro a empresas que se dizem diversas tendo apenas UM cargo de poder ocupado por uma mulher negra).
Ou seja: nós queremos transformações estruturais, reflexões e educação. E você, miga, faz 100% parte disso, sabe porquê?
- Você também acredita na dominação mundial;
- Você apoia outras mulheres que estão em busca de independência;
- É uma Moving Girl ou Moving Black Girl.
O empreendedorismo feminino e negro parte da necessidade de sobrevivência. São histórias de mulheres que vendem, há muitos anos, seus saberes, para colocar comida na mesa.
“Quero contratar. O que devo ter em mente?”
Que você está no caminho certo, miga. A reflexão é: sua empresa criará lugares solitários para mulheres negras? O que seu time sabe sobre racismo e como lida com isso? Quais políticas foram pensadas além da contratação? Qual cargo a Moving Black Girl ocupará? Se for SÓ para cumprir tabela de diversidade, reveja seu posicionamento. Pense que, tratar diversidade e efetivar projetos com pessoas negras é UMA alternativa. Entretanto, como anda seu time estratégico e de criação de conteúdo?
“Não posso contratar, porém, quero apoiar uma empreendedora negra”
Em suma, estou considerando o “não posso” para migas que estão começando agora e são sozinhas, viu? Não vale se sua empresa já tem funcionários e você tá adiando a contratação de uma Moving Black Girl à toa.
Portanto, você pode:
- Construir, imediatamente, suas referências com diversidade: Quem foi a última mulher negra que você leu ou comprou um serviço/produto?;
- Indicar mulheres negras: Se ainda não conhecer empreendedoras negras, comece por aqui;
- Se envolver com o que mulheres negras produzem: E claro, deixando-as protagonizarem;
- Fazer collabs com negócios que dialoguem com o seu nicho: Dentro do seu Baú de Referências existem muitas pautas que empreendedoras negras manjam e MUITO!.
Enfim, é fácil? Não! Entretanto, mega necessário para você avançar como empreendedora, miga.
Por fim, saiba que a diversidade não pode ser pauta única em seu calendário editorial. É um compromisso, que se assume diariamente, para construir espaços menos solitários e mais representativos.
Mariana
Adorei a reflexão, já passei por isso e sei bem como é. Atendo às vezes em um local de luxo, frequentado pela alta sociedade de SP, e é nítido a cara que fazem quando me vêm lá trabalhando e não estou como recepcionista.👏👏👏
Moving Girls
E dá um prazer mostrar pra sociedade esse poder, né, miga! 💪🏿❤️