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A beleza dói: uma reflexão sobre padrão estético em “Pretty Hurts”

Miga, hoje eu te convido para AQUELA reflexão que vai deixar sua mente a mil! Certamente, você já parou para observar o quanto nós, mulheres, sofremos uma grande pressão estética, né? E óbvio que esse padrão de beleza imposto influencia diretamente nossa autoestima. Essa discussão também está presente na música “Pretty Hurts”, da sempre musa Beyoncé. Então, prepare-se, porque será F*DA!

O tal padrão de beleza: um resumo

Primeiramente, a gente sabe que a beleza tem uma composição histórica e social. Ao longo do tempo, os ideais de corpos se transformaram de formas distintas, de acordo com as mudanças na sociedade. Logo, nem sempre um corpo magro ou com músculos aparentes foi visto como regra. Aliás, houve uma época em que o tamanho do corpo simbolizava fertilidade. Porém, ao longo dos anos, tudo foi se modificando.

padrão de beleza pretty hurts
A obra Vênus e o Tocador de Alaúde, de Ticiano Vecellio, 1565–70, mostra que, durante o Renascimento, o ideal de modelo feminina era um corpo curvelíneo com formas mais arredondadas, bem diferente do padrão atual.

Por outro lado, a questão da beleza sempre esteve presente em discursos filosóficos, tipo “será que o que é bonito para mim também é bonito para outras pessoas?”. E esse questionamento é essencial para refletirmos sobre a invenção do que é ser bonito e da conexão da “beleza” com felicidade e aprovação social. Afinal, desde pequenas, aprendemos que a beleza é fundamental.

Todavia, com o surgimento dos meios de comunicação, a imagem do ser humano – principalmente da mulher, ÓBVIO – transformou-se. Neste sentido, a mídia, ao longo de anos, tem divulgado e imposto um padrão de imagem que transformou corpos em modelos estéticos. E, claro, esses modelos passam longe de refletir nossa diversidade.

Sendo assim, essa imposição de um padrão estético que é completamente incompatível com o corpo da maioria de nós, mulheres, acaba influenciando, SIM, nossa autoestima. E por não sermos atendidas e/ou representadas, a insatisfação e a inadequação social são reforçadas.

Mas, aí que chega a consequência: nos sentimos obrigadas a nos adaptar a esse padrão de beleza para que sejamos “aceitas”. E você, miga, já sentiu essa necessidade de entrar nessa busca por um modelo de beleza?

“Pretty Hurts” e sua crítica aos padrões opressivos de beleza

Da mesma forma, nada melhor do que o exemplo que nossa rainha Bey nos trouxe. Em sua música “Pretty Hurts” há uma importante crítica aos padrões opressivos de beleza da sociedade, revelando as consequências que podem acarretar.

No clipe, você se depara com um concurso de beleza, com cenas do palco e dos bastidores. Essa sacada foi ótima, porque mostra exatamente o que todas nós sofremos. O palco mostra todo o padrão de beleza inalcançável e, nos bastidores, todo o sofrimento para conquistar o tão sonhado prêmio: a aceitação social.

Aceitação social X Autoestima

Nesse sentido, a mídia transmite a ideia de que o controle sobre o nosso corpo é o único caminho para obtermos sucesso e felicidade (coitadah, nem sabe que vamos dominar o mundo kk). Há um trecho que retrata essa questão:

“Mamãe disse ‘você é uma garota linda’.

O que você tem na cabeça não importa.

Penteie o seu cabelo, corrija os seus dentes.

O que você veste é tudo o que importa.

Apenas mais uma etapa. O concurso tira a dor”.

Além disso, o “embelezamento feminino” retratado no concurso também mostra outra coisinha: um atrativo financeiro. Sendo assim, cosméticos, suplementos, procedimentos invasivos e não invasivos, etc, tudo o que gera essa grande pressão sobre nós, também gera dinheiro. Logo, vemos o quanto a indústria se alimenta da nossa insatisfação.

Tá vendo como essa música é um HINO, miga? E, ao longo do clipe, são retratadas as formas de busca constante para se manter sob a pressão do que a sociedade impõe, dentre elas: transtornos alimentares, exercício físico em excesso, procedimentos estéticos invasivos, etc.

E isso abre uma reflexão sobre como você está cuidando do seu corpo. O fato de buscar esse padrão faz com que muitas mulheres optem por essas “saídas”, como as dietas restritivas. Essa alternativa é bastante veiculada na mídia também.

pretty hurts padrão de beleza

Um f*da-se ao padrão, porque ele não me representa

Por fim, depois de todos esses tapas na cara, percebe que a pressão acaba nos “cegando” de alguma forma? Evidentemente, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, tudo isso se intensificou. E claro, né? Se a mulher precisa se preocupar tanto em buscar um padrão, não resta tempo para focar em outras atividades. Faz sentido para você, miga?

Dessa maneira, buscar um determinado padrão está ligado a formas de controle e disciplina. Naomi Wolf, autora do livro “O Mito da Beleza” já dizia que a beleza é uma criação patriarcal para a dominação das mulheres. Essa imposição e a busca pelo modelo estético nos leva a focar todas as forças nesse sentido. Porém, nos esquecemos que a beleza não deve ser uma característica que preenche a nossa felicidade e/ou o que queremos ser.

Portanto, independente do seu peso, da sua forma, das suas marcas, etc, você pode e DEVE ser o que quiser, viver como quiser e ir atrás de todos os seus interesses! Lembrando que se você possui uma marca que vá de encontro com toda essa temática (roupas, cosméticos, etc), traga a representação de quem somos, mostre nossa diversidade maravilhosa, porque, miga, a revolução é NOSSA. E a dominação mundial também!

Nutricionista, anti-dietas da moda e debochada. Me especializei em nutrição comportamental e esportiva com foco em qualidade de vida e desenvolvi um formato de atendimento humanizado com o intuito de ajudar pessoas a conquistarem autonomia sobre a alimentação de forma amigável, leve e sem restrições. Defensora de corpos livres de padrões estéticos.

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