ESG: descubra o que fazer para sua empresa se encaixar nesse perfil
A sigla ESG surgiu nas últimas semanas como uma tendência. Neste artigo, vamos esclarecer, o que significa ESG, além de explicar como e quando surgiu esse conceito, e quais são as empresas brasileiras referências em boas práticas ESG. Por fim, você vai poder reconhecer se a sua empresa tem o perfil desse setor. Vem comigo, miga!
O que significa ESG?
ESG significa Environmental, Social and Governance ou ambiental, social e governança, em português.
Este termo é muito utilizado por investidores, para definir investimento sustentável ou socialmente responsável. ESG são critérios adotados por empresas para analisar índices relacionados à sustentabilidade, a ações sociais e de governança. Esses parâmetros foram adotados mundialmente, de modo a estabelecer critérios mensuráveis para as empresas e os stakeholders.
Lá fora, essa sigla é utilizada há mais tempo; no Brasil está ganhando força nos últimos anos.
Por que é tão relevante?
Miga, sendo investidora ou não, uma empresa que utiliza critérios ESG se mostra atenta com aspectos do impacto no âmbito social, ambiental ou governança. Além disso, possui controle dos processos internos, qualidade na gestão, na cultura e controle de riscos. Sendo assim, isso dá mais credibilidade ao negócio, boa visibilidade perante a sociedade, investidores, funcionários e consumidores.
Desde a ruptura de Brumadinho, o Brasil passou por intensas queimadas na Amazônia, além do vazamento de óleo em grande parte da costa do litoral brasileiro. E ainda, os incêndios no cerrado e no Pantanal. Nunca se falou tanto sobre a importância dos ecossistemas para a sobrevivência da espécie humana no planeta Terra. Portanto, uma empresa que está gerando lucro por gerar, sem propósito, sem pensar no impacto do seu negócio para o meio ambiente, segundo alguns especialistas, não irá sobreviver.
Em outras palavras, miga, é interessante como empreendedora estar atenta ao mercado e, sob a ótica de consumidora ou futura empreendedora aplicar boas práticas ESG em sua empresa.
Como e quando os critérios ESG surgiram?
A princípio, nos investimentos, surgiu na década de 1960. Investidores excluíram ações ou indústrias inteiras de suas carteiras com base em atividades comerciais, como por exemplo a produção de tabaco ou envolvimento no regime de ‘apartheid’ sul-africano.
No entanto, fatores relacionados ao desenvolvimento sustentável (as ODS) são aplicados desde a década de 1970 pelos investidores de países desenvolvidos. Eles utilizavam a sigla SRI, Socially Responsible Investing (Investimento Socialmente Responsável), posteriormente nomeada Sustainable & Responsible Investing (Investimento Sustentável e Responsável). Os encontros mundiais da ONU foram adicionando na pauta dos chefes de estados e das empresas, responsabilidades que até a década de 1970 não existiam.
Portanto, a sustentabilidade se torna um diferencial competitivo. Ainda mais, num mundo onde a sociedade tem grandes expectativas em relação às ações das empresas, os recursos naturais se tornam cada vez mais escassos e as mudanças climáticas ameaçam a vida humana e a atividade econômica.
Entendendo em detalhes a sigla ESG
Para melhor compreensão sobre cada termo da sigla ESG, em português ela seria ASG (ambiental, social e governança).
Cada empresa, dependendo da sua área de atuação, escolhe dar mais ênfase em alguma das três, de acordo com seu interesse e a atividade desenvolvida. Por exemplo, uma construtora não tem os mesmos interesses e nem aplicaria os mesmos critérios que uma empresa de agronegócios.
Abaixo, as estratégias que as empresas podem adotar em cada segmento da sigla ESG.
Ambiental
- As mudanças climáticas: emissões de carbono, pegada de carbono do produto e financiamento de impacto ambiental;
- Os recursos naturais: estresse hídrico, biodiversidade e uso do solo e fornecimento de matéria-prima;
- A poluição e resíduos: emissões tóxicas e resíduos, material de embalagem e resíduos, lixo eletrônico;
- As oportunidades ambientais: oportunidades em tecnologias limpas, edifícios verdes e energia renovável.
Social
- O capital humano, como boa gestão do trabalho, desenvolvimento do capital humano, saúde e segurança, padrões de trabalho da cadeia de suprimentos;
- A responsabilidade do produto: como a segurança e qualidade do produto, segurança química, segurança do produto financeiro, privacidade e segurança de dados, investimento responsável;
- As oportunidades sociais, como o acesso a comunicações, acesso ao financiamento e acesso à saúde.
Governança
- Governança corporativa abrange as seguintes esferas: diversidade do conselho, pagamento executivo, propriedade e controle, contabilidade;
- Comportamento corporativo: ética de negócios, práticas anticompetitivas, transparência fiscal, práticas anticorrupção.
Empresas brasileiras referências em boas práticas ESG
A Natura&Co é um exemplo de empresa nacional que adota praticas ESG nos negócios. É uma empresa que possui um modelo de negócio desenvolvido para a não geração de impacto social e ambiental. Os cosméticos são fabricados com produtos naturais, a venda direta dá oportunidades de desenvolvimento econômico e inclusão social para mulheres.
A XP Investimentos, divulgou um relatório sobre as empresas brasileiras referências em adotarem práticas alinhadas com o ESG. Algumas delas são:
Uma pesquisa elaborada pelo Credit Suisse mostra que empresas familiares trabalham há décadas com esses conceitos. No entanto, no quesito governança corporativa, ainda escorregam. Neste sentido, muitas destas empresas ainda não profissionalizaram os seus executivos.
O que esperar de empresas ESG?
Listei três pontos que podem ser considerados ao analisar empresas que adotam boas práticas ESG:
1. Retorno a longo prazo
Empresas que atuam com resultados a longo prazo querem construir uma base sólida. Geralmente, não estão atrás do lucro imediato e preferem alcançar um desempenho financeiro sustentável a longo prazo.
2. Valores
Empresas que estão alinhadas com seus valores, sejam eles éticos, políticos e/ou religiosos, isto é, se recusam a fazer negócios com empresas ou fornecedores que não estejam alinhados com seus valores.
3. Impacto positivo
Empresas que possuem um propósito de impactar positivamente o mundo ao seu redor buscam soluções para os desafios ambientais ou sociais.
Atualmente, uma empresa que gera lucro apenas pelo lucro, precisará se reinventar. Em síntese, já não cabe mais fazer negócio apenas por esse viés.
Por fim, as pessoas sentem a necessidade de pertencimento, querem trabalhar em uma empresa com a qual tenham afinidade de valores e de visões. Empresas que não possuem um viés sustentável ou social tendem a ficar para trás.
Pesquise, miga!
Por fim, antes de consumir, pesquise a empresa. Entre no site. Pesquise se a empresa emite relatórios anuais de sustentabilidade. Verifique se possui selos e certificações. Qual credibilidade ela te passa?
Vale lembrar: fique atenta para não cair no greenwashing, que é propaganda enganosa. Nesse outro post, que eu explico sobre este tema.
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