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Emirados Árabes: Ministério da Cultura e Artes é liderado por mulher e tem avanços pela frente

Os Emirados estão em um momento de grandes mudanças em relação à paridade de gêneros e tais mudanças parecem estar acontecendo rapidamente para o país. Hoje, vamos falar sobre quais são as expectativas para os próximos anos em relação às mulheres em cargos de liderança, conforme a atual responsável pelo Ministério da Cultura e Artes dos Emirados Árabes.

Preparada, miga? Então vem comigo para, antes de mais nada, conhecer e tentar entender um pouco sobre as mulheres nos Emirados.

Emirados Árabes: Ministério da Cultura e Artes é liderado por mulher e tem avanços pela frente

Recentemente o país teve uma reestruturação governamental e no momento contamos com diversas mulheres no comando. Um dos ministérios que sofreu alterações é o Ministério da Cultura.

Quem é a mulher à frente do Ministério da Cultura e Artes dos Emirados?

Sua Alteza Sheikha Latifa bint Mohammed bin Rashid Al Maktoum, filha do atual governante de Dubai, o Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, está na liderança do ministério em questão.

Ela é a responsável pelo planejamento cultural do país e participa ativamente de eventos e fóruns. Tais eventos abordam o empoderamento feminino, como, por exemplo, o primeiro Fórum Feminino Internacional, que ocorreu em Dubai em fevereiro deste ano, com o tema ‘O Poder da Influência’.

Como a princesa iniciou o seu trabalho no Ministério da Cultura e Artes?

Ela viu Dubai crescer, em todos os sentidos da palavra, e diz estar muito honrada por ocupar o cargo atual, a convite de seu pai.

Mesmo sendo filha de um dos homens mais poderosos do mundo, ela afirma que, ainda assim, não iniciou automaticamente em um cargo de chefia.

Antes de ser reconhecido como ministério, o órgão era tratado apenas como uma startup. E desde aquela época a princesa de Dubai tem se dedicado ao Ministério da Cultura, mas apenas neste ano foi nomeada como Ministra da Cultura e Artes.

Ao ser questionada sobre o porquê de mulheres estarem cada vez mais assumindo cargos de chefia e liderança por aqui, ela responde que cargos de liderança sempre estiveram presentes na vida das mulheres da região, uma vez que isso se deve a história do país.

Os Emirados Árabes de antigamente

Antigamente, quando Dubai era apenas um pequeno vilarejo, os homens da região saáam ao mar em busca de pérolas, que era a grande riqueza local. E assim, passavam meses ausentes, e muitas vezes nem retornavam mais.

Então, quem ficava responsável pela casa, família e muitas vezes até mesmo os negócios familiares? Eram as mulheres!

Sendo assim, a princesa Latifa acredita que o fato de as mulheres estarem cada vez mais atingindo a liderança é um progresso natural. Ela considera que o país é uma sociedade matriarcal, ao contrário do que muitos pensam.

Em outras palavras, seria como se as mulheres finalmente estivessem retornando aos seus devidos postos: o comando.

Qual é a atual situação da cultura e igualdade de gênero no país?

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, vai levar mais de um século para que nós possamos atingir a paridade de gênero em âmbito global. Ainda assim, os Emirados esperam realizar grandes mudanças em relação a isso em um curto espaço de tempo.

O ano de 2020 veio com grandes estímulos do governo para que as mulheres busquem estudos, almejem bons cargos de trabalho e conquistem assim um pouco mais de independência.

Já em relação à cultura, uma recente pesquisa apontou que a maior parte dos residentes dos Emirados relacionam o país a palavras como: inovação, cultura, artes e criatividade.

Sendo assim, o trabalho do Ministério da Cultura e Artes nos Emirados se torna muito evidente e crucial.

Emirados Árabes: Ministério da Cultura e Artes é liderado por mulher e tem avanços pela frente
Princesa Latifa bint Mohammed bin Rashid Al Maktoum, atual responsável pelo Ministério da Cultura e Artes dos Emirados Árabes Unidos. Fonte: website https://dubaiculture.gov.ae/

Qual é a expectativa do país em relação à cultura para os próximos anos?

No momento, o ministério é 70% composto por mulheres e conta com 17 novos projetos. Tais projetos já estão aprovados e apenas aguardando a divulgação oficial.

A ministra afirma que esses 17 projetos são apenas 10% do que ela já planejou até o presente momento. Assim, ela também afirma que cultura é tão importante quanto o comércio e os negócios. Ela reforça o fato de que os projetos beneficiarão igualmente homens e mulheres e acima de tudo, beneficiarão os jovens, que são o grande alvo de todos os esforços atuais do país.

Com esses projetos, ela pretende estabelecer os Emirados Árabes Unidos como um centro cultural que abrigue e promova atividades culturais e criativas em âmbito local, regional e global.

E por que ter mulheres em cargos de liderança se torna motivo de comemoração aqui?

É preciso entender e, de certa forma, aceitar, que cada país possui a sua própria cultura e que entre a cultura do ocidente e do oriente muitas vezes existem diferenças enormes.

O que para nós é apenas um direito básico, muitas vezes para as mulheres daqui é uma grande conquista.

Ainda existe uma parcela da população local que duvida da capacidade das mulheres de gerenciar a casa, família e conciliar isso tudo com carreira profissional. Mas é com muita dedicação que muitas mulheres estão quebrando esse paradigma aqui e provando que isso tudo (e muito mais) é possível sim!

E ser uma Moving Girl é isso: é lutar todos os dias pelos nossos direitos, e é também nos alegrar com as conquistas das nossas irmãs e colegas ao redor do mundo, mesmo as que moram em realidades tão diferentes das nossas.

Emirados Árabes: Ministério da Cultura e Artes é liderado por mulher e tem avanços pela frente

Aos poucos, e seguindo o seu próprio tempo, os Emirados Árabes estão dando cada vez mais espaço para as mulheres e ferramentas para que elas possam falar por si mesmas.

Definitivamente, existe ainda um longo e inimaginável caminho a seguirmos na questão de paridade de gênero no Oriente Médio.

Vamos desejar a princesa Latifa que ela suceda grandemente. Que esse seja apenas o início do trajeto rumo ao empoderamento feminino por esses lados de cá.

Um forte abraço da sua miga aqui do deserto.

Bailarina profissional de dança do ventre, residente nos Emirados Árabes Unidos. Deixou para trás a estabilidade que tinha no Brasil e seguiu um sonho no outro lado do oceano, enfrentando barreiras culturais e se tornando sua própria empresária. Formada em Ciências Contábeis, mas atualmente contadora apenas de histórias dessa vida louca!

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