O que podemos aprender com a criadora de conteúdo moderna
Eu sou velha de casa, confesso. Aos 13 anos comecei minha jornada como criadora de conteúdo através do Tumblr. Enquanto muitas meninas da minha idade estavam fazendo textos sobre paixonites adolescentes, eu criei uma conta para falar sobre HTML e design no Photoscape/Photofiltre. Desde então, nunca parei de criar conteúdo, migrei para o Blogspot e assim até chegar na plataforma que mais distribui conteúdo atualmente: o Instagram.
De lá pra cá, foram muitos ensinamentos: cresci como pessoa, profissional e conteudista. Porém, chegou um momento, e isso foi recente, no qual eu me senti exausta de absorver tanto e distribuir pouco. Enfim, o dilema da criadora de conteúdo moderna começa. Foi quando entendi que mais importante do que construir, é desconstruir.
Muito se tem falando sobre Slow Content/Blogging, mas esse não é o tema central desse texto. A verdade é que enquanto escrevo, busco encontrar respostas. Qual é o meu papel? Qual é a minha contribuição? Ela se limita ao profissional das pessoas? Como posso usar minha influência para somar às minhas causas?
Enquanto faço uma viagem para dentro de mim mesma em busca das respostas, te convido a refletir comigo para, juntas, ressignificarmos o que entendemos sobre ser uma criadora de conteúdo moderna.
O conteúdo que foge do senso comum
Conteúdo, segundo o Dicionário Oxford, é aquilo que ocupa, parcial ou totalmente, o espaço em algo. Portanto, conteúdo digital seria o material que ocupa o espaço da internet através de imagens, textos, vídeos ou áudios.
Segundo o relatório “Jobs of Tomorrow”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial em Davos, a profissão criadora de conteúdo foi uma tendência do ano 2020 (SOS, esse ano ainda tá vivo?). No entanto, se engana quem pensa que é fácil produzir conteúdo na internet.
Camila Rech começou a compartilhar conteúdo lá em 2010, quando ainda tinha seu blog chamado Meninices da Vida. Logo depois de um tempo, migrou para o Youtube e Instagram.
A miga de cabelo incrível conta que na hora de criar conteúdo, foca sempre na experiência de quem vai receber. “Eu tento sair do óbvio e trazer algo mais lúdico. Ser criadora de conteúdo é uma extensão de mim mesma e é muito gratificante ver as pessoas se identificando com isso”, comenta Camila.
A gaúcha de 31 anos ainda acrescenta que “o papel da criadora de conteúdo moderna é conseguir passar ideias, informações e conceitos de forma autêntica, inclusiva e criativa“. Camila ressalta que a criadora precisa agregar algo, principalmente incentivar as pessoas a serem melhores a cada dia.
Que a Camila faz um trabalho incrível a gente já sabe, mas além disso, ela super incentiva outras pessoas a criarem conteúdo também. Eu pedi para que ela deixasse um recadinho muito especial para as migas que também querem entrar nesse universo!
É muito mais do que só conteúdo
Falando sobre incentivar pessoas a serem melhores, eu não podia deixar de citar a Leticia Imai por aqui. A ilustradora de 24 anos tem feito um trabalho lindo na internet, para que, através da sua arte, possamos refletir sobre nós mesmas.
A Lê começou sua página no instagram em setembro de 2018 para compartilhar sua experiência com a depressão através das suas ilustrações. Ela conta que a sua página era como um diário, cheio de desabafos sobre seus sentimentos. “Eu me entendi como criadora de conteúdo ainda nesse ano, quando eu percebi que o Instagram virou um empreendimento. Foi aí que eu comecei a produzir conteúdo além dos posts sobre desenhos“, comenta.
Além de incentivar para que sejamos nossa melhor versão, a ilustradora cumpre um papel muito valioso como criadora. Aliás, uma das suas campanhas começou agora em agosto e aborda a temática do Setembro Amarelo, mês oficial da campanha brasileira de prevenção ao suicídio.
Para Leticia, o melhor conselho para novas criadoras de conteúdo é respeitar seu tempo. “A gente precisa aprender que as coisas levam tempo, não é hoje que planto que amanhã eu vou colher. Vá com calma, confie e acredite que vai dar certo“, aconselha a ilustradora.
Além de um produto ou serviço
É muito comum confundirmos criadoras de conteúdo com infoprodutoras ou empreendedoras. Grande parte delas atuam conjuntamente, mas vale ressaltar que não é uma regra, já que compartilhar conteúdo é muito mais do que vender.
Bia Daga, por exemplo, é ilustradora e conteudista digital. Através do seu Instagram, Bia aceita encomendas e fortalece sua marca. No entanto, além disso, a ilustradora faz questão de criar conteúdo focado em autoestima, criatividade e autoaceitação.
Outra miga que não podemos esquecer é a Andri, que faz stories criativos, ilustra sentimentos, tem templates, reflexões e muito café na sua rede. Além de ilustradora, Andri é designer e faz filtros para o Instagram.
Para Andri, a diferença entre o infoprodutor e conteudista é justamente sua atuação. “A criadora de conteúdo geralmente tem um conhecimento aprofundado sobre um segmento. Ela pode lançar algum curso da área que domina, mas é seu lado infoprodutora que vai montar isso“, explica a designer.
Ressignificando a criadora de conteúdo
Lembra que no começo eu propus uma reflexão acerca do nosso papel na internet? Às vezes, miga, o que precisamos não está no tanto que sabemos, mas no que compartilhamos. Você é empreendedora como eu, mas dentro de nós duas existem assuntos que precisam transbordar.
Por isso, a partir de agora, que transbordemos através de conteúdo que conecte, abrace e inspire. Então, que nossa presença na internet seja mais do que propagandas, preços e promessas. Nós podemos mais, nós somos mais!
A dominação mundial é um sonho possível para as conteudistas digitais que constroem suas próprias histórias.
Leticia Imai
Miga, queria dizer que fiquei muito honrada de estar aqui nessa plataforma ❤️ Admiro muito o trabalho de vocês! Obrigada pela oportunidade!
Moving Girls
Migaa, obrigada a você por ser essa moving girl f*odaa! ❤️