A primeira mulher no espaço é russa

Priviet, miga! Priviet significa “oi” em russo. Hoje vamos falar do que a gente ama, pioneirismo feminino. Antes de mais nada, que a Rússia ama ser o primeiro em tudo a gente já sabe, né. Assim, a Rússia é responsável pelo primeiro satélite enviado para a Lua, primeira vacina registrada contra COVID-19, e primeira mulher no espaço! SIM! A primeira astronauta mulher a protagonizar uma missão no espaço é russa! Valentina Vladimirovna Tereshkova foi a primeira mulher a voar pelo espaço! Assim foi ela, plena e sozinha. OI??? Miga, a primeira mulher a voar pelo espaço foi em uma missão solo, ou seja, SOZINHA! E tudo isso há 60 anos! Essa mulherada só me dá orgulho!

Os primeiros passos

Valentina Vladimirovna Tereshkova nasceu em 1937, em Maslennikovo, umas 2h de Moscou. Seu pai, Vladimir Tereshkov, era um ex-motorista de trator e, posteriormente, sargento do Exército Soviético, que morreu durante a Segunda Guerra Mundial, quando Tereshkova tinha apenas dois anos. Após a morte de seu pai, sua mãe passou a trabalhar em uma indústria têxtil.

Valentina foi matriculado pela primeira vez na escola aos 10 anos e se formou aos 17 anos. Então, ela começou a trabalhar em uma fábrica de pneus e, mais tarde, em uma fábrica de têxteis, mas continuou seus estudos por meio de cursos por correspondência. Logo depois, aos 22 anos, Valentina entrou para um clube de paraquedistas amadores e passou a saltar em quase todos os fins de semana no Aeroclube local. Na mesma época, se tornou secretária da Liga Comunista da Juventude da região, ao mesmo tempo em que trabalhava como operária.

De paraquedista amadora à mulher no espaço

Depois que o russo Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem no espaço em 1961, o governo russo decidiu que também seriam os primeiros a enviar uma mulher para o espaço. Imediatamente começaram a busca por mulheres que se encaixavam nesse perfil bem basiquinho:

• Mulher;
• Idade menor de 30 anos;
• Altura menor de 1,70 metros;
• Peso menor de 70 Kg;
• Paraquedista experiente.

Naquela época, os astronautas tinham que saltar de pára-quedas de suas cápsulas segundos antes de atingirem o solo ao retornarem à Terra para não se machucarem com o impacto da nave no chão. Por isso todos deveriam ser, além de astronautas, paraquedistas experientes. Então, eu te pergunto uma coisa, miga: qual a chance de 60 anos atrás, em plena união soviética, encontrarem mulheres que se encaixassem nesse perfil?

Pois não é que os safados conseguiram encontrar 58 mulheres que se encaixaram no perfil! Assim, logo após a seleção, 5 foram escolhidas para participar do programa, e Valentina Vladimirovna foi uma delas. Dessa forma, aos 25 anos, Valentina começa o treinamento que culminaria em seu vôo solo ao espaço por quase 3 dias.

Vostok 6 envia a primeira mulher no espaço

Por fim, em 16 de junho de 1963, Valentina Tereshkova saiu a bordo da nave Vostok 6 em uma missão que durou 2 dias, 22 horas e 50 minutos, completando 48 órbitas ao redor da Terra. E como se isso já não fosse pioneirismo suficiente, Valentina ainda carrega a exclusividade de ser, até a data de hoje, a única mulher a realizar uma missão solo no espaço.

Pioneirismo e legado

Como resultado, essa missão foi um bafo de sucesso, né, miga! Veja alguns dos marcos incríveis que esse voo trouxe:

1. Todo o voo de Valentina foi registrado com vídeo e fotos tiradas pela astronauta, servindo de grande arquivo para o entendimento do espaço;
2. As fotos tiradas por ela mais tarde foram usadas para identificar camadas de aerossol na atmosfera;
3. Com um único voo, ela registrou mais tempo de voo do que os tempos combinados de todos os astronautas americanos que voaram antes daquela data.

A vida após o espaço

Após seu voo espacial, Tereshkova se tornou um modelo nacional e internacional, conhecida por levantar a bandeira da paz e do protagonismo feminino. Nesse meio tempo, a astronauta se tornou representante da União Soviética em eventos internacionais super importantes, até a rainha Elizabeth II ela conheceu! Em suma, Valentina Tereshkova era uma “porta-estandarte feminista trazendo uma mensagem de esperança para a feminilidade indiana ‘escravizada’.”, escreveu o jornal norte americano The Washington Post, sobre a popularidade dos astronautas na India.

Embora ela desejasse continuar perseguindo uma carreira como astronauta e engenheira, seus superiores tinham planos diferente para ela: na política. Contra sua vontade, ela foi nomeada líder do Comitê das Mulheres Soviéticas em 1968. Mas provavelmente pegou gosto pela coisa, porque ao longo dos anos ela ocupou vários cargos políticos importantes. Em 2011 foi eleita deputada do estado de Yaroslavl, posição que ocupa desde então.

E hoje, aos 83 anos, ainda tem grandes planos: quer fazer parte da missão de colonização russa de Marte. Afinal, será que ela quer passar seus últimos de vida no planeta vermelho? Do jeito que essa mulher é corajosa, não duvido não, viu, miga.

Enfim, se você quer conhecer mais mulheres russas f*d@s e empoderadas, vem ver aqui!